quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

ENTREVISTA DE D. MARIETA À UMA REVISTA CUJA MATÉRIA ERA: ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE.

-Você quer que eu conte tudo?

-Claro! O mais longe possível.

-Era 9 de fevereiro de 1956- começa a senhora-. Éramos jovens e bonitos. No nosso tempo existiam bailes o que hoje é chamado de baladas. Ele estava de longe a me olhar e eu disfarçava, mas ele veio em minha direção e perguntou meu nome. Respondei que era Marieta e quando eu iria perguntar o dele o meu irmão chegou e me levou para casa. Minha sorte foi que ele não percebeu o rapaz.

Ele me acompanhou com aqueles olhos castanhos claros e sinceros até a saída e quando passei pela porta escondi a lágrima e pensei que nunca mais iríamos nos ver.

-Mas então onde vocês se encontraram? Como casaram?

-A vida é curta e dá voltas minha jovem. Encontramos-nos no lugar menos esperado.

Depois de uma semana mais ou menos, apareceu lá em casa um moço com seu filho. Amigo do papai e ele chamou a mim e ao meu irmão para fazer as apresentações. Ao deparar-me com ele, com aqueles olhos novamente fiquei muito feliz. Quanta felicidade. Quanta alegria.

André. Esse era o nome dele. Olhamos-nos e fiquei sentada diante dele. Estava nervosa, tremula. 16. Essa era a minha idade. Ele? 17.

Ninguém podia saber que já nos conhecíamos. Então pensei em escrevê-lo. Mas logo veio a noticia que papai iria pra capital. Eu fui com ele. Lá nós conversamos quando nossos pais iriam tratar de negócios.

Fugimos!

Ah, nossos pais só ficaram sabendo quando chegaram ao hotel.

Não levamos nada. Um pouco de dinheiro e muito amor.

Casamos-nos depois de alguns anos. E a 10 vivo sem ele.

Sem dúvida. Meu primeiro e único amor.

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